domingo, 6 de dezembro de 2009

Nossas meias...verdades.


Agora são as meias cheias de dinheiro. Antes foram as cuecas, as malas, a casa da Roseana Sarney, os Correios, as pedras preciosas de Abi Ackel (isto faz mais de 15 anos), os anões do orçamento, Garotinho e Rosinha, Jader Barbalho, Collor e agora as meias. Estas fedem...
E a nossa vida andando às meias. São meias verdades, meias palavras, meias ideias, frases incompletas. Vivemos uma vida pela metade, ou menos. Uma vida ceifada por quem nos rouba diariamente. Se tenho raiva dos bandidos que nos assaltam em cada esquina, tenho ódio dos políticos e empresários que nos assaltam as esperanças. E a vida vai a meias. Tenho ódio destilado em palavras que não me acalmam. Tenho ódio porque eles roubam a merenda escolar, o remédio dos hospitais públicos, os cadernos e os livros para as escolas públicas. Eles sim são os grandes assaltantes deste país, pois roubam sem precisar. Roubam por ganância. Roubam sabendo que milhares de crianças vão crescer analfabetas e outras tantas morrerão de desnutrição e sem medicamentos. Eles tornam privado o que é público e a justiça os assiste: assistencialismo também no judiciário. Lotearam os cargos públicos e nos hospitais públicos o povo morre nas filas porque só há meio salário para os médicos, só há meio horário para o plantonista, só há meia maca para tanta gente doente.
Só existe um meio de moralizar: acabar com a meia vergonha que nos aprisiona e irmos para a rua. Para as ruas educar nossas crianças. É preciso retomar o antigo preceito das ágoas gregas quando os pedagogos ensinavam em praças públicas. Esta é a nossa melhor arma. A educação. Assim foi feito na Alemanha e na Coréia do Sul após suas guerras. Assim também foi feito no Japão que destinou após a Segunda Guerra Mundial, 80% do seu PIB para a educação. Um povo sem leitura e sem estudos não pensa, não raciocina, não consegue ter uma postura crítica, ética. Eu e você, como diz um jornal, já seremos dois. Amanhã seremos mais e, depois, mais ainda. Não suporto meias verdades. Precisamos de transparência para este Brasil que anda pela metade, ou melhor, não anda, arrasta-se entre um escândalo e outro. É preciso educar o povo. Esta é a nossa verdadeira revolução.
Basta! Basta de covardia moral. Também temos participação em nossa omissão. Não precisamos de uma vida a meias. Precisamos de uma vida que valha a pena ser vivida. Chega de nos escondermos. O povo precisa respirar e este ar está podre. Esta é a pior poluição que podemos enfrentar. Mas parece que o povo se satisfaz (desde sempre) com panis et circenses. Até quando seremos palhaços neste circo dos horrores?

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